segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Pensando Alto: Contra a Ortodoxia



               
Há um momento na vida de alguns católicos em que os ensinamentos de sua religião começam a lhes parecer escandalosos. Ao se darem conta da existência de tantos povos e culturas diferentes no mundo, o jovem se pergunta: por que Deus escolheria justo aquele instante e aquele lugar para se revelar à humanidade? Por que a salvação veio para os que viviam naquela região, mas não para povos que estavam do outro lado do mundo, ou que viveram num período anterior?
                Posteriormente, se o cristão tem contato com as modernas descobertas da cosmologia – e se dá conta de que o nosso planeta é apenas um minúsculo pedregulho opaco rodopiando numa incomensurável vastidão sombria, onde aqui e ali chamejam bilhões e bilhões de gigantescas bolas de gás incandescente – os ensinamentos do catecismo começam a parecer ainda mais estranhos. Se o universo é tão grande e tão vasto, por que Deus escolheria não apenas esse insignificante planeta, mas também uma região específica do globo para encenar aquilo que – ao menos segundo o que nos ensinaram – é o verdadeiro drama cosmológico?
                Não foram poucos os que perderam a fé por causa de perguntas assim. Parece por demais presunçoso supor que apenas nós somos os eleitos, enquanto todos os demais habitantes da Terra estão condenados à danação ou ao Limbo (pelo menos nos saudosos tempos em que existia um Limbo). Como conciliar tal arbitrariedade com a gloriosa imagem de um Deus Pai infinitamente bom e piedoso?
                É difícil acreditar numa religião cuja versão da história nos parece injusta. Pois de onde mais poderia vir esse supremo ideal de justiça – o ideal que nos leva a imaginar que todos os seres humanos são igualmente dignos de ter uma chance de se salvar – senão da própria Mente que concebeu o mundo? Isso só faria sentido se supuséssemos que Deus não representa a máxima perfeição ou bondade, pois só isso tornaria inteligível a ideia de um desígnio Seu sendo julgado por um ideal de racionalidade ou justiça ainda mais elevado. De tal Deus, porém, nós só poderíamos ser devotos por medo – e não por amor.
                Com essas intuições - e também por se dar conta das contradições a que sua religião chega em razão da pretensão à literalidade das escrituras - o cristão cai no agnosticismo ou no ateísmo. Essa perda da espiritualidade é um processo muitas vezes doloroso, pois em seu íntimo o que o antigo devoto mais deseja é poder acreditar que há um Pai bondoso por trás de tudo o que vemos, e que à luz de seu misterioso desígnio, todo o sofrimento dessa vida um dia se explicará. Mas os consolos da fé já não estão mais ao alcance, pois um forte senso de dignidade intelectual impede o indivíduo de aceitar uma doutrina que nos pede para ignorar as evidências da ciência e suspender os juízos da razão.
                A maturidade, porém, muitas vezes tem o curioso efeito de tornar mais forte nossa sede de espiritualidade. O indivíduo começa a se questionar se o cristianismo não expressa, no fundo, uma verdade. Talvez a ideia do Advento não seja assim tão absurda. Um Deus onipotente não precisa se preocupar com economia cosmogônica: ele poderia ter criado os infinitos abismos estelares sem outro propósito que o de servir de pano de fundo para a narrativa de Sua encarnação no mundo, que aconteceu num certo lugar e numa certa época pela singela razão de que ela teria de acontecer em algum lugar e em alguma época.
                O ex-cristão, então, começa a se dar conta de que evidências científicas não bastam para refutar verdades teológicas. Saber se Cristo é Deus encarnado ou não é algo que não pode ser decidido com os instrumentos da investigação racional: é um problema que só pode ser abordado teologicamente. Reconhecer isso, claro, não pesa a favor das crenças dos cristãos, mas mostra que muitos dos argumentos que se apresentam para refutar os preceitos do cristianismo não são válidos. 
                E se Deus realmente tivesse vindo ao mundo? E se Ele tivesse encarnado para mostrar aos homens que a verdadeira lei é a lei do amor? Como ter certeza sobre essas questões, se nem a razão nem a empiria nos bastam para enfrentá-las?
              Ao chegar a esse segundo momento de dúvidas, o antigo cristão está prestes a se reconverter. Ele estaria até mesmo inclinado a suspender em parte seu ceticismo de base cientificista, desde que ele pudesse se convencer sobre as verdades teológicas da religião que um dia abandonou. São poucas, porém, as ovelhas desgarradas que retornam ao rebanho, e isso é porque mesmo de um ponto de vista estritamente teológico, a ortodoxia apresenta vários flancos expostos.
             O que diferencia o cristianismo de um relato metafísico absurdo qualquer que também não pudesse ser provado ou refutado pela ciência? Por exemplo, o que me permite supor que a idéia de um Deus benevolente como criador do mundo é mais digna de credibilidade do que, por exemplo, a suposição de que o mundo foi criado por um dragão invisível, silencioso e inodoro, que ninguém jamais viu nem poderá ver? Por mais ridícula que essa segunda hipótese possa parecer, ela também não pode ser negada por evidências (ela não é falseada no sentido popperiano): se o dragão não pode ser visto, nem ouvido nem sentido, como podemos ter certeza de que ele não exista apenas por não conseguirmos registrar sua presença pelos nossos sentidos? Talvez ele esteja nesse exato instante nos observando, sem que nós no demos conta...
              Segundo os religiosos, a força do cristianismo enquanto conhecimento se deve à fonte de suas verdades, ou seja, a revelação e a fé – definida essa como uma crença irracional sobre uma afirmação que não pode ser demonstrada. São elas - e apenas elas - que permitem aos homens conhecer uma verdade que não está ao alcance nem da ciência nem da filosofia. Mas é justo nos perguntarmos: como diferenciar a fé de uma convicção enganosa? A intensidade de uma crença jamais poderia ser a prova de sua veracidade. Há pessoas que são capazes de se convencerem sobre algo que poderia ser refutado por evidências empíricas. Não seria possível, então, nos enganarmos com facilidade ainda maior a respeito de uma questão doutrinal? Estamos inclinados a acreditar naquilo que nos reconforta – e o cristianismo apresenta, sim, uma mensagem espiritualmente reconfortante.
                Além disso, a revelação – ou seja, a intervenção da vontade divina na história para transmitir aos homens um conhecimento que eles não poderiam, de outra forma, possuir – apresenta também problemas conceituais sérios. Um dos mais fortes argumentos a seu favor  não passa da autoridade moral das pessoas que estão encarregadas de transmitir essas verdades – no caso do catolicismo, o clero. O problema fundamental é definir o que é e o que não é intervenção divina na história. Um lado nos diz: "esse fenômeno é obra de Deus". Outro diz: "esse fenômeno não é obra de Deus". Não temos evidências que nos permitam julgar com nossos próprios meios, então, no fim das contas, o que irá definir nossa escolha é uma decisão não fundamentada em evidências. Ou seja, tudo depende de nossa capacidade de acreditar quem é e quem não é verdadeiro porta-voz da verdade religiosa.
           Acontece que uma pessoa pode, de fato, ser uma emissária divina, enquanto outra pode se dizer emissária divina sem ser. Além disso, no passado os pastores se mostraram equivocados no que diz respeito às proposições científicas. O prestígio intelectual de que eles gozavam face ao resto da sociedade não os impediu de defender afirmações que se mostraram falsas – como o fato de a terra ser plana ou o mundo ter sido criado há pouco mais de 5.000 anos. O que os impediria, então, de errar quanto às verdades teológicas? Nesse caso, a única coisa que lhes permite manter sua antiga autoridade é o fato de as questões doutrinárias, ao contrário dos problemas científicos, não poderem ser submetidas à comprovação empírica. Talvez por milênios os sacerdotes tenham apresentado um erro como sendo não apenas uma verdade, mas uma verdade revelada por Deus. Ou será que Deus estaria tentando nos confundir, permitindo que seus emissários falassem tremendas inverdades sobre o mundo que Ele criou, imiscuindo relatos historicamente equivocados no livro que ditou aos profetas, ou povoando a criação inteira com evidências falsas (como os fósseis de répteis e peixes que se encontram com tanta abundância ao sopé da Chapada do Araripe)? Como podemos acreditar que pessoas que estiveram factualmente equivocadas no passado estão corretas no que diz respeito às verdades teológicas - ainda que eles apresentem como evidência de tais verdades nada mais que os mesmos argumentos que antes utilizaram para fundamentar suas concepções equivocadas sobre o mundo?
            É notória a capacidade humana de errar. Os próprios cristãos acham que os pagãos e os fiéis de outras religiões alimentam fervorosamente crenças ilusórias. Mas o que os distingue? Para quem os observa de fora, sua pretensão à eleição divina não parece nem melhor nem pior que a de devotos de outras tradições. A suspeita de que as doutrinas ortodoxas são um erro torna-se tão mais forte quando se percebe que sacerdotes de outras religiões fazem afirmações aparentadas com as do clero católico. Quando se observam os rabinos dizerem que apenas os judeus são o povo eleito, os mulçumanos ortodoxos dizerem que apenas quem segue os ensinamentos de Maomé segue a verdadeira vontade de Deus, ou certas vertentes do cristianismo reformado dizerem que apenas um reduzido número de fiéis será salvo, é inevitável imaginar que alguém deve estar errado, pelo fato de que todos não poderiam estar certos ao mesmo tempo. Parece muito natural que nós – os verdadeiros eleitos! – estejamos com a razão, mas é no mínimo notório que os fiéis das outras religiões possuam convicções similares, possivelmente tão fortes quanto as nossas.
             Há, aqui, duas hipóteses explicativas concorrentes: uma é a de que os Cristãos estão, apesar de todas as evidências em contrário, corretos. O mundo, a ciência, as doutrinas concorrentes não passam de um engodo no caminho daquele que busca a verdade. Outra explicação, bem mais simples, é a de que aconteceu com o cristinismo o mesmo que já aconteceu com outros grupos no passado: eles se equivocaram ao supor que havia algo de especial em suas crenças. Qual das explicações é mais verossímel, quando se considera a persistência da propensão humana ao erro? Seria possível esse milagroso acerto, na multidão das falsas iluminações de que tem registro a história?
A pulsão humana ao Absoluto é tão aguda que mesmo diante de contradições aparentemente insuperáveis as pessoas continuam aderindo às religiões tradicionais, na sua vertente ortodoxa. Isso não porque elas tenham se convencido de que o relato apresentado pela ortodoxia seja coerente, mas porque a vida sem religião costuma parecer, às pessoas, insuportável. Nosso desejo pela vivência do amor divino é tamanho que ao nos depararmos com a necessidade de escolher entre ciência e fé, muitos escolhem a fé – em prejuízo da racionalidade e das mais elementares evidências apresentadas pelos nossos sentidos.
Será um ato coletivo de loucura e auto-engano? Não necessariamente. Longe de mim defender o agnosticismo. Simplesmente acredito que nossa busca espiritual por Deus não pode partir de um conjunto de respostas prontas, herdadas cegamente de períodos históricos em que nossa compreensão do cosmos era muito mais limitada. Acho que devemos empreender uma busca cuidadosa, procurando uma fé que não se confunda com cegueira, permitindo-nos guiar mais pelo nosso coração do que pela categórica doutrinação de um grupo de pessoas que se consideram depositárias definitivas da verdade. Na minha interpretação, o problema não é a necessidade humana de espiritualidade em si mesma, mas sim na manifestação ortodoxa dessa pulsão, pois é ela que comumente leva à intolerância.  
 Imaginemos que o pressuposto das religiões do livro seja verdadeiro – ou seja, o de que existe um Deus onisciente, onipotente e bom. Esse Deus possui poder absoluto sobre tudo o que há, mas, por um gesto de amor, concedeu livre arbítrio às suas criaturas (quer dizer, deu-lhes a possibilidade de escolher entre o bem e o mal). Nesse caso, o papel da religião seria o de impedir que as pessoas usassem seu livre-arbítrio para escolher o mal e incentivá-las a escolher o bem. A vivência da religiosidade, portanto, é uma vivência profundamente pessoal – vivência essa que pode, quando muito, ser orientada por um clero que se dedica à interpretação e promoção dessa vontade Divina entre os homens. Trata-se de cada um escolher, num gesto íntimo, indelegável, se nos aproximaremos ou nos afastaremos do Pai.
Acontece que a promoção de um código de conduta divinamente estabelecido possui claras implicações sociais. A suposição de que os homens precisam se submeter à vontade de Deus é um forte elemento de controle. É mais fácil aceitar uma injustiça social se é o próprio Criador quem a sustenta. E para seguir os preceitos de Deus é necessário, além dos exercícios silenciosos de autoaperfeiçoamento, certa militância missionária, que pode envolver tanto a defesa das autoridades mundanamente instituídas como a intervenção na conduta de outras pessoas que potencialmente poderiam violar os preceitos divinos. Aconteceu no passado e continua acontecendo hoje em todos os lugares da Terra,
Se admitimos que há interesses conflitantes na vida em sociedade – assim como grupos que se beneficiam e grupos que são prejudicados por certo estado de coisas – não seria razoável supor que, do ponto de vista de um grupo social favorecido, pode ser uma muito boa ideia usar os ensinamentos da religião como forma de justificar privilégios? Reconheço que muitas vezes a pregação é feita desinteressadamente, com a melhor das intenções – como quando se estabelecem proibições à violência e tenta-se estimular a solidariedade. Mas é inegável o efeito manipulador que pode haver no favorecimento de certas “versões” da religiosidade - as que, por exemplo, tornam aceitável determinada situação social. Considerações terrenas passam a ter peso no que supostamente deveria ser definido por argumentos teológicos. E, como resultado, os dogmas aceitos e as versões autênticas das escrituras são escolhidos também por estarem de acordo com a visão de sociedade considerada aceitável para a Igreja.
 Com isso, não estou insinuando que a ortodoxia tenha se desenvolvido como uma conspiração consciente para manipular a mensagem original do cristianismo (como pretendem, de certa maneira, os marxistas), mas desejo apenas enfatizar que a evolução das doutrinas pode ter sido, ao longo da história, influenciada por considerações mundanas. Talvez até inconscientemente: não duvido da capacidade humana de acreditar com boas intenções em verdades que nos são agradáveis. Nada como fazer o supremo bem à humanidade e ainda assim promover aquilo que nos favorece e interessa!  Que maravilha quando os comandos de Deus nos convêm!  
Veja-se o problema da literalidade das escrituras. Por que insistir nessa questão, mesmo diante das mais escandalosas evidências fornecidas pela crítica textual e pelas descobertas arqueológicas? Será porque esses textos são, realmente, o único veículo aceitável para interpretar corretamente a vontade de Deus, ou será porque os textos suportam a idéia de que a Igreja pode ser a única mediadora entre este mundo e o outro? Suspeito que abandonar a literalidade na interpretação das escrituras seria menos prejudicial para a vivência da religião cristã do que para a Igreja enquanto instituição. Além do mais, como um livro - criação possivelmente humana - pode valer mais que o mundo - criação diretamente divina - num caso de conflito de evidências? Não é uma forma de loucura chegar a supor que os fatos estão errados, quando esses mesmos fatos nos fazem suspeitar que os textos que prezamos podem - como todos os demais textos jamais escritos pela humanidade, sem exceção - conter um ou outro erro? 
A ortodoxia, enquanto cristalização de uma única religiosidade legítima, é uma usurpação do espírito. Ela impõe um formato à experiência religiosa, e tacha de apostasia tudo o que não se enquadra nos limites conceituais que ela mesmo define. Ao assim proceder, ela apresenta aos indivíduos um dilema que talvez seja falso: ter de escolher entre viver uma religiosidade estritamente ortodoxa ou ser privado de toda e qualquer forma de religiosidade! E muitas vezes ela consegue convencer até quem não é fiel de que religião e ortodoxia se confundem - o que, na prática, apenas reforça a disposição das pessoas a abandonar sua busca por Deus. Isso em prejuízo da espiritualidade de milhões de seres humanos que anseiam pela redescoberta do Divino, mas que simplesmente não estão dispostos a ultrapassar um limite que equivale a abdicar da própria razão (a qual, na minha humilde opinião, é uma das dádivas de Deus). O que os ortodoxos nos dizem é: “ignorem o mundo, ignorem seus corações, mas acreditem em nós!”
Não acho que a religiosidade deva se transformar num supermercado, em que cada um têm a liberdade de escolher as doutrinas que mais se adaptam ao seu paladar. Talvez, inclusive, alguma forma de ortodoxia seja inevitável, já que não seria possível as proposições “Deus existe” e “Deus não existe” conviverem, sem que nós aceitássemos que uma delas necessariamente está errada (ou seja, a afirmação "Deus existe" é a ortodoxia, caso Deus exista). Mas essa é uma ortodoxia hipotética, acessível, em última instância, apenas à Mente Divina. Supor que ela exista não significa aceitar que a ortodoxia institucional (aquela que nos é apresentada pelas religiões formais) seja verdadeira. Não é de todo absurdo, inclusive, supor que a ortodoxia oficial seja uma violação dessa "ortodoxia cósmica" – o conjunto dos preceitos verdadeiros sobre a natureza do Criador e da Criação. Quem sabe a dúvida – a falibilidade de nosso conhecimento – não seja um ponto central da experiência religiosa? Quem sabe a busca, para ser sincera, precise se dar necessariamente num contexto de incerteza, de humildade e de veneração pelo Mistério que nós intuímos, mas sobre o qual não podemos chegar a uma certeza sem parecermos – enquanto bípedes dotados de razão – terrivelmente presunçosos?
Nossa situação no universo nos põe problemas que não podem ser resolvidos nem pela ciência nem pela filosofia. A própria existência de um mundo – com sua insinuação de um Absoluto do qual ele poderia ter sido originado – é um abismo intelectual em que nossa razão sempre se perde. Além disso, quando nos damos conta de que não apenas existe beleza, mas que somos capazes de nos sentirmos em casa num universo que é belo, nosso coração nos faz intuir a possibilidade de tudo o que vemos ser resultado direto de uma Vontade benevolente. A busca pelo conhecimento dessa gloriosa intenção é, possivelmente, uma das mais importantes questões que podemos enfrentar.
                Se isso for verdade, então existe o risco de a ortodoxia acabar se transformando numa degeneração da experiência religiosa original: ela transforma a necessidade humana pelo conhecimento do Absoluto em fonte de intolerância doutrinária e até mesmo de violência. O que poderia ser uma poderosa motivação ética para a elevação espiritual – uma busca fervorosa, eternamente mediada pela saudável hesitação da ignorância – acaba se transformando no esvaziamento pelo rito, pelo formalismo e pela vã repetição. E desse modo nós terminamos por achar aceitável e racional algo que, se víssemos num povo estrangeiro, julgaríamos como sendo resultado da ignorância e superstição, ou seja, que se aceite como prova de um relato empiricamente absurdo a mera convicção a respeito de sua veracidade!
                As previsões de que a religiosidade perderia a importância no mundo contemporâneo mostraram-se equivocadas. Que a reavaliação do papel da espiritualidade em nossas vidas sirva para fortalecer não as formas de fé que favorecem o obscurantismo, a culpa ou o medo, mas aquelas cuja força se encontra em seu papel libertador e na promessa de uma vida mais próxima d’Aquele que, com toda probabilidade, nos criou. 

Um comentário:

  1. Excelente reflexão, meu caro. Me identifiquei muito com a angústia do cristão que se confronta com a ciência e deriva para o agnosticismo, desejando, secretamente, voltar a crer. Abraço! Prince

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