Na cidade de Kafur, além de desertos
e montanhas, morava um sábio e, portanto, desiludido rei. Todos os dias, multidões vinham procurá-lo
para pedir-lhe conselhos. Muchukunda – esse era o seu nome – ouvia os berros
das velhotas que vinham choramingar em seus salões abarrotados de relíquias, e
dizia, com a segurança dos indiferentes: “- Faça isso.” ou “Faça aquilo.” Não
importava quão complexa era a questão que lhe apresentavam, Muchukunda sempre
encontrava uma solução. Não necessariamente uma solução boa, mas, para os
miseráveis que lhe desfiavam as dores, a firmeza de suas sentenças – nascida do
fato de ele estar pouco se lixando para aqueles problemas todos – só poderia
provir de uma sabedoria sobre-humana. E não era isso o que eles queriam,
afinal? Uma personalidade forte, que acabasse com o peso da escolha? Mesmo
quando recebiam péssimos conselhos, os vassalos de Kafur enchiam-se de espanto
com a magnanimidade do rei. E aos poucos, a fama de Muchukunda espalhou-se
pelos quatro cantos da Terra.
Que aborrecimento! Cada vez mais
pleiteantes passaram a procurá-lo com dores banais que não o tocavam.
Muchukunda, resignado, atendia aos rogos de todos, pois que diferença faria,
afinal? Quando jovem, ele gostava de contemplar, sentado num banco dos jardins
suspensos do palácio, o sol se pondo no oceano. Sentindo a brisa tépida que
soprava do sul e ouvindo o canto dos pássaros de plumagem azulada que havia no
país, ele se deixava tomar por um sentimento de melancolia quase prazeroso ao
ver a imensidão das águas mudando de cor, e perdia-se em devaneios sobre as
glórias futuras que algum dia poderia alcançar. Talvez por ter visto tantas
vezes o dia morrer, a melancolia de Muchukunda foi tornando-se amarga, e as
esperanças de sua juventude aos poucos se transformaram numa desilusão com a
transitoriedade das coisas. Não que ele tenha virado um pessimista, mas todo
esforço, todo desejo intenso ou tresloucado parecia-lhe vão. Ele sabia que a beleza era uma promessa ilusória
de atemporalidade, e se tudo um dia vai passar, por que se aborrecer com empreendimentos
que exigem tremendos esforços?
Melhor é viver a vida em paz, foi
essa a conclusão que certa vez, depois de ter mais uma vez visto o sol se pôr,
ele comunicou ao seu venerável pai, o Rei Mandhata. O ancião – um dos mais
celebrados soberanos da dinastia Ikshvaku, grande conquistador, que em muito
alargou as fronteiras de Kafur, retrucou-lhe:
– Mas, meu filho, por que lamentar a
morte deste dia, se a misericórdia de Deus o faz renascer amanhã? E não haverá infinitos
entardeceres?
– Sim, meu pai. – Disse Muchukunda. – Mas este
entardecer não haverá nunca mais.
E ninguém jamais conseguiu convencer
Muchukunda de que uma vida de grandes realizações – ou seja, uma vida de
grandes aporrinhações – era melhor do que ficar quietinho no seu lugar, sem
fazer mal a ninguém, e tentar aproveitar o pouco que a vida tem de doce. Com o
passar do tempo, ele desistiu de tentar explicar aos seus amigos sua singular
opinião sobre a vida. Homem belo e sagaz, herdeiro de um dos mais prósperos
reinos do mundo, esposo de uma linda princesa das tribos do deserto, invejado
mesmo pelos soberanos dos grandes impérios do leste, ele jamais desejou para si
mais do que o quinhão que a Fortuna lhe reservara. E quando os demais nobres de
Kafur – enfatuados com a prosperidade de que o país gozava – tentavam
convencê-lo a bater-se contra os bárbaros das estepes – que, além de ameaçar
os rebanhos das fronteiras, adoravam os asuras – o rei simplesmente calava. Muchukunda,
o Silencioso, passaram a lhe chamar. Aquele a quem não interessavam as delícias
de um mundo transitório.
O rei sabia que seria vão tentar
explicar-se a homens cegos pelos desejos. Não era verdade que ele fosse
indiferente aos prazeres da vida, ele só não gostava de estardalhaço. Para que,
meu Deus do céu, bater-se pelo mundo afora com todo tipo de inimigo, para ao
fim alcançar uma glória de valor duvidoso? Ele só queria viver paz, escutar uma
ou outra bela canção dos poetas da corte, comer uma ou outra iguaria, e morrer
tranqüilo, depois de uma vida inteira a serviço de seu povo.
Com esse espírito de enfado cósmico,
o rei adquiriu fama de sábio mesmo entre os deuses. Pois que criatura era essa
que parecia ser indiferente às graças do Céu? Que verdades não deveriam ter
sido compreendidas por uma mente que não se dobrava às tentações da glória?
Deveria ser um iluminado, um santo que atingiu a compreensão última das coisas,
mas que por amor aos homens decidiu permanecer neste mundo e compartilhar seu
saber consolador com os sofredores.
II
Valan, o demônio |
Quando a vaca sagrada estava prestes a ir para o brejo, um deus se lembrou de
Muchukunda.
– Ele, que já aliviou os sofrimentos de tantos mortais, saberá como nos ajudar.
– disse Devandra, um dos generais dos exércitos de Indra. Esquivando-se das
setas atiradas pelas hostes demoníacas, ele deslizou do alto da Montanha
Sagrada e apressou-se em direção a Kafur.
Muchukunda tinha acabado de chegar aos seus aposentos depois de uma longa tarde
resolvendo pendências burocráticas. Tinha sido um dia especialmente difícil,
pois um velho agricultor acusou o Conselheiro Real de roubar-lhe as terras, e
fundamentou seu processo com um decreto obscuro que o próprio Muchukunda havia
assinado. O imbróglio tornou-se ainda mais complexo porque o Ministro das
Finanças – inimigo jurado do Conselheiro – resolveu aproveitar-se da situação.
Ainda com os gritos e acusações ecoando na cabeça, o rei jogou suas sandálias
para o lado e despencou sobre uma poltrona. Suas têmporas latejavam, e, apesar
da sensação de cansaço, ele sabia que não conseguiria dormir por causa da excitação.
Ele havia acabado de se decidir a tomar um banho quente quando viu – com mais
irritação que surpresa – as folhas do portão de seus aposentos escancararem-se
com uma lufada de vento e a figura triunfante de Devandra assomar num halo
luminoso.
– Saudações, Muchukunda, rei de Kafur! Eis que eu venho anunciar-te um
grande Destino!
“Lá vem...” Pensou o rei, com seus botões.
– Uma ameaça paira sobre tudo o que existe! Um terrível mal está prestes a
devorar deuses e homens!
Muchukunda sabia que os deuses só se dirigiam aos mortais nesse tom quando
tinham em mente algum aborrecimento colossal – uma empreitada que traria aos
deuses tantos benefícios quanto cansaços ao pobre herói eleito para salvar a Terra.
Com razão, ele pôs-se na defensiva.
– É uma honra além do que sou merecedor a presença de um imortal em meus
aposentos. Sou um homem velho e tolo, e não consigo imaginar que trivial
necessidade poderia ter atraído a atenção dos deuses do céu para minha
insignificância.
– Tua modéstia revela tua nobreza, Muchukunda, porém este não é o momento para
cortesias . Os soberanos do mundo precisam de tua ajuda.
“Raios me partam.” Pensou Muchukunda. “Como vou escapar dessa?”
– De mim, meu senhor, que mal dou conta do pequeno reino que tenho?
– Sim! Não somos indiferentes à tua sabedoria, cuja fama corre toda a Terra.
Valan, o dragão primordial, que Bramam acorrentou no abismo ao criar o mundo,
despertou e prometeu devorar o universo. Seu exército de aberrações investe
contra as muralhas de Brahmapura, e nem mesmo a força de todas as divindades
está bastando para resistir a suas investidas!
– Mas, dizei-me, meu caro senhor, que posso eu fazer para ajudar aos que tudo
sabem e tudo podem?
– Precisamos de tua sabedoria, Muchukunda. Apenas com um soberano como tu à
frente de nossos batalhões teremos alguma chance contra os demônios das
profundezas.
Porcaria! Essa é a grande desgraça da vida: ela nunca é opcional. De que
adianta tentar ficar quieto, viver numa boa, se às vezes o Destino despenca
sobre nós como toneladas de pedregulhos que esmagam nossas cabeças? Um enorme
cansaço e um tédio sem fim tomaram o espírito de Muchukunda naquele instante.
Consciente de que ele não tinha opção, ele falou a Devandra, com um suspiro
lancinante:
– Se essa é a vontade dos deuses, que posso eu dizer? Levai-me aonde credes que
eu serei de alguma serventia. Mas prometei-me, ó, habitante do éter, que eu
terei paz quando meu encargo tiver sido cumprido.
– Não apenas paz, mas qualquer outra dádiva que tua fantasia conceba,
Muchukunda! Eis o que te promete Devandra, mensageiro de Indra! Mas agora te
cobre com o meu manto que ele te protegerá dos dardos infernais enquanto te
carrego aos salões estelares.
Daquele instante em diante, muitas e variadas foram as aporrinhações de
Muchukunda. Mal chegou ao Palácio, ele teve que cumprimentar, com pompa e
circunstância, cada um dos deuses, demorando-se em genuflexões e exclamações de
pavor – seguindo à risca as instruções de seu mestre de cerimônias e
agenciador, Devandra. Acabadas as formalidades, ele foi imediatamente designado
Comandante em Chefe das hostes do Céu.
A situação das tropas era delicada. Milênios de confiança cega na supremacia
dos deuses havia tornado o exército do Paraíso indolente e desorganizado.
Apesar do garbo das couraças e das lâminas flamejantes, havia problemas
de comando e de abastecimento. Enquanto as legiões demoníacas investiam em
blocos compactos, seguindo uma estratégia ensaiada à risca no Abismo, cada um
dos heróis sidéreos arriscavam-se em atos de bravura individual que, embora
gloriosos, resultavam em aniquilação certa nas garras das abominações do
submundo.
Muchukunda – único homem de senso prático num palácio acostumado a elucubrações
teológicas – teve de enfrentar sozinho o aborrecido trabalho de reorganizar a
gestão das forças armadas.
Foram longas noites debruçado sobre relatórios mal-escritos e normativas
indecifráveis. Além de ter de lidar com a papelada, ele ainda precisava usar
sua diplomacia para não ofender os brios de generais tão indiferentes à
logística quanto obcecados com o protocolo.
Mas o trabalho do rei fez diferença. Pouco depois que ele assumiu o comando, as
forças do Céu começaram a virar o jogo. A verdade é que os demônios estavam
mal-armados e não eram soldados profissionais, enquanto o exército cerúleo era
formado por anjos que passavam a eternidade fazendo pouco mais do que travar
jogos marciais e polir gládios incandescentes. As derrotas iniciais só se
explicavam pelo extremo senso de pragmatismo dos líderes infernais e pela falta
de foco dos deuses.
O único combate que Muchukunda liderou pessoalmente foi a investida final
contra os exércitos do arqui-demônio Valan. Quando, depois de um sítio que
durou várias semanas, os portões cravejados de jóias do Palácio Celestial
escancararam-se, Muchukunda, guiando um carro de guerra puxado por noventa
elefantes colossais, liderou as hostes reluzentes em direção ao acampamento
inimigo, além de nuvens negras que ocultavam o descomunal corpo de Valan.
Grandes foram as perdas dos dois lados, mas os demônios não tinham chance
contra um exército bem-armado e administrado por um soberano hábil como o rei
de Kafur. Quando quase todos os pelotões diabólicos haviam sido rechaçados,
Muchukunda em pessoa enfrentou o terrível Adversário.
– Pra que, Muchukunda, ajudar estes deuses do caralho? – perguntou Valan no
dialeto infernal.
– Não sei... Acho que eu não queria ficar no caminho.
– Mas eu sei e você sabe que essa vida é uma bosta. A única certeza dos
mortais é o sofrimento. O mundo, com sua promessa ilusória de beleza, não passa
de um divertimento para os deuses - essas inteligências pervertidas que
sonharam em macular a impassibilidade sagrada do Vazio com esse universo
idiota. Os mortais deveriam era me agradecer. Pois o que eu prometo é a
aniquilação última, a libertação na Inexistência por que tanto anseiam os
sábios de seu mundo.
Muchukunda suspirou, sabendo que Valan tinha um ponto.
– Eu sei, Valan, às vezes é foda mesmo. – desabafou o rei, que quase não se
agüentava de pé de tanta fadiga – Mas não cabe aos mortais julgar o que seria
melhor. Não escolhemos existir, mas já que existimos, que podemos fazer além de
tentar viver a vida numa boa?
– Você pode escolher não existir, ora porra!
– Não, eu reencarnaria como um animal se eu me matasse.
– Conversa furada! Isso é lorota dos deuses. Escute o que eu digo, Muchukunda,
para atingir o Nirvana, basta morrer. E o que eu estou propondo é um Nirvana
universal, a libertação última do Ser!
O rei sabia que Valan era o mestre de todos os enganadores. Mas será? Poucas
vezes alguém havia se dado ao trabalho de escutar seu lado da história. E não
seria um pouco despropositado achar que alguém – ainda mais alguém dotado de
entendimento sobre-humano – teria todo o trabalho de se bater com os deuses só
por um senso de sadismo infinito?
Foi grande o aborrecimento de Muchukunda – o soberano que só queria ficar em
paz com sua família e aproveitar a vida sem estardalhaço – ao ter que
decidir o destino de tudo o que existia! Mal-humorado, consciente de estar
fazendo um trabalho que claramente extrapolava suas atribuições, ele atirou a
lança de Indra – uma das mais poderosas relíquias celestiais – contra o
terrível dragão. Os alicerces do mundo tremeram com a dor de Valan, e o mundo
continuou a existir, com todas as suas contradições conceituais.
III
De
volta ao Céu, Muchukunda trancou-se em seu escritório. Fazia dias que não
dormia nem comia direito. Ele estava imundo, com os cabelos despenteados e
terríveis olheiras. A muito custo conseguia ficar acordado. Tudo que queria era
voltar logo para casa e se livrar do encargo celestial.
Não demorou até que a comitiva celeste batesse na porta.
– Ave, Muchukunda! Grande será tua fama nos milênios que virão! – falou
Devandra.
Ao que Muchukunda nada respondeu.
– É por tua causa, apenas, que o universo ainda existe, Rei de Kafur! Para
sempre seremos gratos pelos teus préstimos.
– Não há de que... - sussurrou o rei, já quase desfalecendo.
– Mas não penses que nós soberanos do espaço infinito somos ingratos. É chegada
a hora de tua recompensa! Pede qualquer coisa, qualquer coisa menos o Nirvana,
pois nem nós somos capazes de conceder tal graça a um mortal. Mas dize-nos tua
fantasia mais disparatada e nós a tornaremos real!
– Eu quero voltar para casa.
Fez-se silêncio entre os deuses.
– Célebre é a modéstia de Muchukunda, o Silencioso! Talvez não tenhas
entendido, ó salvador do Palácio das Sete Muralhas de Diamante: qualquer
dádiva, o amor de qualquer mulher, o poder sobre qualquer império, basta falar
e nós tornaremos verdade!
– É isso que eu quero, voltar para casa e passar o resto de meus dias vivendo
em paz com a minha esposa. – Depois de alguns segundos, ele acrescentou: – e
não quero nunca mais ser envolvidos em assuntos celestiais.
Os deuses entreolharam-se, visivelmente constrangidos. Muchukunda mal podia
esperar para chegar logo em sua casa, tomar um banho e despencar na cama.
– Ó, altíssimos imperadores do Ser, será que eu poderia voltar logo para meus
aposentos terrestres? Eu não me aguento de tanto cansaço...
Devandra disse:
– Temo que isso não será possível...
A raiva fez o rei de Kafur voltar a si.
– Como assim não será possível? Não sois os mestres do que existe, os criadores
dO que há?
– Sim, Muchukunda... Mas acontece que um dia no Palácio dos Deuses equivale a
cem anos no mundo dos homens. Desde que aqui chegaste, muito mudou na terra de
Kafur. Teu palácio já não mais existe, teus amigos também não, e nem mesmo os
deuses podem girar de volta a Roda de Samsara.
“Eu deveria ter deixado Valan devorá-los todos”.
– Mas por que lamentar, se pode-nos pedir qualquer outra graça?
Ora, mas que caralho. Até parece que os deuses lhe atenderiam caso ele lhes
pedisse para se atirarem ao lago do Fogo Primordial. Ele falou, remoendo
blasfêmias, com a resignação dos injustiçados:
– Então eu quero dormir para sempre!
Aquilo estava indo de mal a pior, na avaliação de Devandra.
– Mas e os impérios...
– Eu quero dormir para sempre! – interrompeu o rei, com um olhar mais furioso
do que o de Valan. – E ainda digo mais, se algum dia algum filho da puta me
acordar, seja ele humano ou divino, eu quero que ele seja consumido em fogo,
quero que sua alma seja aniquilada pelas labaredas dos caldeirões do Inferno!
Será que os deuses não são poderosos o bastante para me conceder a graça por
que realmente anseia meu coração?
O resto da estória é bem conhecido. Por muitos anos dormiu Muchukunda, numa
rede armada em um agradável alpendre da encosta de uma serra, sob o impassível
azul de uma tarde tropical e eterna. Dizem que após cinco mil e trezentos anos
ele se levantou para dar uma mijada, e que doze mil anos após o início de seu
sono ele tomou um copo d’água. Porém ninguém sabe com que sonhou o rei de
Kafur durante os milênios em que roncou profundamente – depois de ter enchido a
barriga com uma panelada que os deuses cozinharam com o expresso propósito de
enfastiar o herói. Alguns dizem que, em sonho, ele desvendou e esqueceu o
sentido da vida quinhentas vezes. Outros afirmam que seu sono foi banal, e que,
excetuando um ou outro sonho erótico ou sobre os pequenos afazeres cotidianos,
ele passou os milênios imerso numa inconsciência vazia. O que é certo é que,
vinte mil anos depois, na fatídica época narrada pelo Mahabharata, o cretino de
Kalayavan acordou Muchukunda enquanto perseguia Krishna, a quem havia desafiado
para um combate. O bandido foi consumido pelas chamas do olhar do rei - que
acordou com um enfado terrível - e reza a lenda que nosso herói – agora um
pouco mais descansado depois de seu sono de milênios – entreteve um diálogo
filosófico com Aquele que é a encarnação do verdadeiro Criador, e então se
retirou para a montanha Gandamadana. Se lá ele finalmente encontrou a
tranqüilidade é algo que não sabemos, porém há indícios fortes de que o tédio
ou os aperreios continuaram a aborrecer o rei de Kafur, já que há relatos de
ele ter se mudado, num momento posterior, para Badrika Ashrama.
Os sábios também jamais descobriram o que Muchukunda aprendeu conversando com
Krishna, porém todos concordam que obscura é a moral subjacente a sua estória.
O mundo é bom? É miserável a condição humana? Ou será que o sábio soberano
sofria de alguma inexplicável patologia metafísica?
Miseráveis os homens que só querem viver em paz, pois eles jamais serão
deixados em sossego pelos que esperam alguma coisa da vida.
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